quarta-feira, 16 de julho de 2008

“Se [Barack] Obama for presidente, ainda chamaremos isso de Casa Branca?”.

Como as campanhas eleitorais americanas não estão conseguindo transcender a questão do racismo e do preconceito.

“Se [Barack] Obama for presidente, ainda chamaremos isso de Casa Branca?”. Essa frase, divulgada na internet e atribuída ao comerciante Jonathan Alcox de Houston que confeccionava broches com inscrições racistas, denota como a inevitável questão de raça impregna-se nas eleições estadunidenses deste ano. Mesmo com a intenção de Obama em tecer uma campanha que transcenda a raça.

Um dos primeiros focos preconceituosos veio com a infeliz relação com seu pastor Jeremiah Wright mantida por vinte anos, cujos sermões racistas custaram muito a Obama nas eleições primárias contra Hillary Clinton e que colocou a questão racial nas manchetes do pleito eleitoral.

Norman Gall, diretor executivo do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial em seminário sobre “O Fenômeno Obama” no centro de estudos da FAAP, declarou que “a grande favorita no começo da campanha, Hillary, utilizava ressentimentos racistas para fortalecer o apoio a ela entre brancos pobres nas primárias dos Estados de Ohio, Pensilvânia, Indiana e West Virginia”.

O senador democrata Barack Obama é o primeiro negro candidato à presidência dos Estados Unidos por um grande partido. Obama venceu nas primárias sua concorrente Hillary Clinton à indicação, pelo Partido Democrata, à presidência americana.

Durante sua empreitada até a vitória, Obama teve - e ainda terá nas eleições gerais que decidirão efetivamente o presidente americano - dificuldades de atrair o principal eleitorado democrata: os brancos da classe trabalhadora. Boa parte deles são simpatizantes de Hillary, os quais Obama terá que cooptar para ganhar do candidato republicano à Casa Branca, John McCain.

Diante desse quadro, Obama terá que decidir se Hillary Clinton, cujo apoio já ofereceu em discurso legitimado, ocupará a vaga de vice-presidente na chapa do democrata. A ex-primeira dama, resolveria o problema de Obama com três eleitorados: feminino, latino e operário branco. O senador, no entanto, terá que esquecer as pelejas de campanha.

O ex-presidente Jimmy Carter e o senador Ted Kennedy, simpatizantes de Obama e também democratas, crêem que a idéia de ter Hillary na chapa atrapalharia mais do que ajudaria. Obama sofreria com a ambição que paira sobre a imagem do cônjuge de Hillary Clinton o ex-presidente Bill Clinton. Tal ambição deveu-se ao desejo incontrolável de Clinton a reeleição: “É impossível considerar-se a conduta ordinária dos negócios nos Estados Unidos sem perceber que o desejo de ser reeleito domina o pensamento do presidente; que toda a política de sua administração tende para isso; que suas mínimas providências são subordinadas a esse objetivo; que à medida que se aproxima o momento da crise, o interesse individual substitui em seu espírito, o interesse geral”, frase feita sob medida não só para Clinton como para os demais políticos do globo de Aléxis de Tocqueville, em 1835.

Em contrapartida, há a cotação de John Edwards para a vice-presidência da chapa democrata, a fim de ajudar Obama a conquistar o operariado branco. Edwards, que também participou da disputa este ano e apoiou Obama em maio, defende a luta contra a pobreza no país e, em tese, poderia atrair o voto do trabalhador branco.

Durante as primárias e após vitória, Obama iniciou viagens por redutos republicanos e de maioria branca para angariar eleitores desse setor, já que a maioria negra votará consubstancialmente no democrata.

O candidato à presidência visitou lugares em que a simples chegada de uma caravana é momento importante na história de comunidades brancas e negras, as quais empregam suas forças para a disseminação da luta contra o racismo, direito a liberdade e o respeito aos direitos do indivíduo como fundamentais ao ser humano.

Barack Obama conquistará os setores que antes o discriminavam inspirando muitos americanos a participarem da política. Assim a democracia tornará-se forte e vibrante. Ela florescerá a partir das boas leis, da diminuição do preconceito, do repúdio geral ao racismo e ao sexismo, não somente da força bélica, e mais ainda, dos hábitos, costumes e das crenças.

Barack Obama versus John McCain: muita divergência e poucas propostas

Terminada a primária dos dois principais partidos americanos: democrata e republicano, a briga, agora, será pelos votos do colégio eleitoral, que definirá o vencedor das eleições presidências no dia 4 de novembro.

A disputa se acentuou muito mais para propagandas negativas como as divergências e pontosBarack Obama fracos dos dois candidatos do que para as propostas claras e diretas do que ambos planejam fazer para conquistarem o cargo da presidência.

Barack Obama lança anúncios que identificam John McCain com um terceiro mandato de George W. Bush, tentando destruir a imagem do republicano de ser um político independente. Fato intensifica-se com o lançamento do livro “O que aconteceu por dentro da Casa Branca de Bush e da Cultura de enganação de Washington” (traduzido) livro do porta-voz americano Scott Mcclellan denuncia as mentiras que Bush projetou para justificar a decisão de invadir o Iraque. A polêmica pode prejudicar ainda mais o senador McCain, que tem lanços com o atual presidente.

A idade e saúde frágil de McCain também estão sendo alvos para prejudicar suas campanhas. Os democratas empregam a estratégia de usar sublinarmente a idade de 71 anos de McCain para desprestigiá-lo e induzir que este tem idéias retrógradas incompatíveis com o futuro de mudança que necessita o povo americano.

Já McCain retribui o gesto e assemelha a candidatura de Obama com um segundo mandato do ex-presidente Jimmy Carter - governou os EUA de 1977 a 1981 e é considerado por muitos americanos como um dos piores presidentes da história do país. Além de insinuar que Obama seria um mulçumano antipatriótico e inexperiente e ingênuo no que tange assuntos de política externa.

McCain também acusa Obama de querer se esforçar para parecer mais conservador do que realmente é em Estados como Virgínia Ocidental. Maquiavel, grande pensador italiano diria que esse tipo de atitude é importante “não é necessário a um príncipe ter todas as qualidades, mas é indispensável que pareça tê-las”.

Ademais, Tocqueville, em 1835, já ditaria a práxis do governo americano e dos demais: “o presidente dos Estados Unidos nada mais é do que dócil instrumento nas mãos da maioria. Ama o que ela ama, odeia o que ela odeia; precipita-se para adivinhar suas vontades, prevê suas queixas, inclina-se ante seus menores desejos”.

Diante dessa disputa conturbada lampejam algumas propostas de governo. Para Obama o tema prioritário de sua campanha será a economia. O objetivo é denunciar o preço recorde atingido pela gasolina e a brusca elevação da taxa de desemprego nos EUA, acabar com a guerra no Iraque, combater a crise das hipotecas e o crescimento vertiginoso do déficit público americano.

Já McCain detalhou um plano econômico para rebater Obama. O republicano prometeu manter a isenção de impostos para os mais ricos – herança de Bush – e afirmou que reduzirá tributos para empresas e trabalhadores de classe média.

(Escrito dia 20/06/2008)

5 comentários:

Anônimo disse...

Torço para o Obama! Mas recentemente vi que ele e o Mccain encontram-se empatados em diversas pesquisas.

Gabriel 5150 disse...

Cara Adriana

O estilo de seu texto esta muito bom, porém, proximo ao final da matéria ocorre um erro no que tange à teoria economica adotada por cada candidato e sua relação com suas devidas propagandas. Obama construiu sua candidatura apenas com o simples combate à guerra no Iraque. O assunto economia apareceu a pouco no debate, e, obama defende que os EUA continuem comprando apenas petroleo da Opep e deixe de escavar o Alasca( onde foi encontrado quantidade de petroleo necessaria para tornar os Yanques auto-suficientes nesse aspecto), além de deixar claríssimo que é favoravel a continuar subsidiando o bio-diesel naturalmente caro e mais ambientalmente perigoso de sua terra, ao inves de comprar o NOSSO bio-diesel. È natural o Partido democrata CRIAR impostos sobre TODAS as classes econômicas, visto de sua ideologiasua anti-capitalista, enquanto o retrospecto dos ultimos 3( Bush, Bush Pai e Ronald Reagan) presidentes republicanos é de corte de taxas sobre TODAS as classes sociais, visto que são "liberais-conservadores" assim como o pensador que vc citou no texto, alexis de Tocqueville.

Beijos

gabriel 5150

Gabriel 5150 disse...

Hey minina ;)

Poxa, o McCain ainda é liberal demais!!! No final das contas ele é um bom homem, sobreviveu a muita tortura ( Ouça a música Roster do Alice in Chains, fala exatamente sobre a tortura que os Americanos recebiam dos vermelhos vietcongs, relatada por um filho de um GI, o guitar do AIC), e linda, pesquise sobre o atual lider do Irã, que NEGA o HOLOCAUSTO.

Alias, McCain é imperialista?Coisa nenhuma é um defensor do Livre-mercado, que foi contra as leis de incentivo ao produto interno norte-americanto

Aliás, Lênin, que criou o atual sentido de "imperialismo" ajudou diretamente a matar MILHOES de pessoas. Se hitler tivesse criado esta interpretação para imperialismo , nos estaríamos utilizando-a?

Veja bem que nem falei sobre minhas opiniões pessoais sobre Obama. Não, não votaria nele. Acompanhe mais de perto e verá que o sujeito é uma incógnita, que já apredentou até uma certidão falsa de nascimento à mídia. Disse que era cristão, mas foi criado como mussulmano. Pra que mentir desta forma? E além disso tudo, se ele ganhasse as eleições~:
1- Não acabaria com a guerra no Iraque( alias McCain foi um dos principais opositores não à guerra, ams da maneira fraca com que Bush a manipulava), vsito que em suas ultimas entrevistas falou em aumentar o contingente de soldados naquele país.
2- Comercialmente, o NOSSO país seria lesadopor um protecionismo ridículo, que dentre outras coisas, impediria o nosso crescimento econômico e por conseguinte a diminuição da pobreza.

beijão, minina

Gabriel 5150 disse...

Exatamente o que Lênin diria. Falar sobre imperialismo americano, ouvindo o creme do Hard Poser, usando All-Star , utilizando-se de internet, me parece , sobretudo, hipocrisia partidária. Olhemos para a amércia latina- Quem pensa como voce nesse assunto, esta trazendoa penas dor e retrocesso. Chavez, Fidel, Evo Morales, e por mais que apenas da boca pra fora e dentro de suas convenções com os vermelhos do Foro de São Paulo- Lula e seus coleguinhas que nadam em piscinas de...poxa, DOLLARES!

Drica, coisas assim não se "explicam". Ele além de tudop já disse que havia visitado 57 ESTADOS NORTE-AMERICANOS ( Existe apenas 50...), dentre uma outra quantidade incrível de gafes. Ahh se o Bush tivese dito isso huauhahua.

Alias, McCain faz parte da Ala liberal do Partido de BUSH, pensa de forma totalmente diferente do neo-conservador.Infelizmente os bons Conservaddores de verdade, como Alan Keyes ficaram de fora, mas dizer que" A Eleição de McCain é um 3o mandato de Bush" é falacioso.

Olha, se ele quisese isso mesmo, não estaria errado. PESSOAS QUE NEGAM O HOLOCAUSTo E QUEREM MONOPOLIZAR A REGIÃO MILITARMENTE, ALÉM DE APOIAR TERRORISTAS FINANCEIRAMENTE, MERECEM SIm LEVAR BOMBA

Bjuam linda,

bom domingo ;)

Gabriel 5150 disse...

Entendeu errado. Eu respeito sua opinião. Apenas discordo. Isto é discussão sobre política. Se quando alguem apresenta fatos contra as suas opiniões você se sente mal, não discuta mais política.

Sobre o seu ultimo parágrafo, Obama esta poquissimo adiantando nas pesquisas. Aliás, os eleitores idecisos estão pendendo para o McCain, que vem subindo nas pesquisas, e já esta quase empatando com o Democrata.
E veja bem, mesmo se o Democrata ganhar, isto não significa que o memso é um bom governante/candidato/homem público.
Os partidos nazista(alemão) e facista(Italiano) recebiam votos ds MAIORIA da população, e , além mar, tinham apoio de empresas midiaticas como a revista TIMES, que eram contrárias à interferencia americana na 2a. Guerra Mundial.


Muitos Beijos e Boa Noite