terça-feira, 15 de julho de 2008

A LUTA PELO DIPLOMA

Jornalistas fazem advertência

em Manifesto à Nação

“A sociedade brasileira está ameaçada numa de suas mais expressivas conquistas: o direito à informação independente e plural, condição indispensável para a verdadeira democracia.” Assim começa o Manifesto à Nação, lançado pela Fenaj em defesa da formação superior para o exercício da profissão de jornalista. O Supremo Tribunal Federal está prestes a julgar o Recurso Extraordinário que, se aprovado, vai desregulamentar a profissão porque elimina a obrigatoriedade do diploma para o seu exercício.

O documento alerta que a decisão provocará a queda da qualidade do Jornalismo por permitir que qualquer pessoa, mesmo a que não tenha concluído nem o ensino fundamental, exerça atividades jornalísticas. “A exigência da formação superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade, que modificou a qualidade do Jornalismo brasileiro”, destaca. Lembra que a regulamentação da profissão ocorreu há 70 anos e a criação dos Cursos de Jornalismo há mais de 40 anos e adverte: “Os brasileiros e, neste momento específico, os Ministros do STF, não podem permitir que se volte a um período obscuro em que existiam donos absolutos e algozes das consciências dos jornalistas e, por conseqüência, de todos os cidadãos!”

A íntegra do Manifesto:

Manifesto à Nação

Em defesa do Jornalismo, da Sociedade e da Democracia no Brasil


A sociedade brasileira está ameaçada numa de suas mais expressivas conquistas: o direito à informação independente e plural, condição indispensável para a verdadeira democracia.

O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar o Recurso Extraordinário (RE) 511961 que, se aprovado, vai desregulamentar a profissão de jornalista, porque elimina um dos seus pilares: a obrigatoriedade do diploma em Curso Superior de Jornalismo para o seu exercício. Vai tornar possível que qualquer pessoa, mesmo a que não tenha concluído nem o ensino fundamental, exerça as atividades jornalísticas.

A exigência da formação superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade, que modificou profundamente a qualidade do Jornalismo brasileiro.

Depois de 70 anos da regulamentação da profissão e mais de 40 anos de criação dos Cursos de Jornalismo, derrubar este requisito à prática profissional significará retrocesso a um tempo em que o acesso ao exercício do Jornalismo dependia de relações de apadrinhamentos e interesses outros que não o do real compromisso com a função social da mídia.

É direito da sociedade receber informação apurada por profissionais com formação teórica, técnica e ética, capacitados a exercer um jornalismo que efetivamente dê visibilidade pública aos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas. Os brasileiros merecem um jornalista que seja, de fato e de direito, profissional, que esteja em constante aperfeiçoamento e que assuma responsabilidades no cumprimento de seu papel social.

É falacioso o argumento de que a obrigatoriedade do diploma ameaça as liberdades de expressão e de imprensa, como apregoam os que tentam derrubá-la. A profissão regulamentada não é impedimento para que pessoas – especialistas, notáveis ou anônimos – se expressem por meio dos veículos de comunicação. O exercício profissional do Jornalismo é, na verdade, a garantia de que a diversidade de pensamento e opinião presentes na sociedade esteja também presente na mídia.

A manutenção da exigência de formação de nível superior específica para o exercício da profissão, portanto, representa um avanço no difícil equilíbrio entre interesses privados e o direito da sociedade à informação livre, plural e democrática.

Não apenas a categoria dos jornalistas, mas toda a Nação perderá se o poder de decidir quem pode ou não exercer a profissão no país ficar nas mãos destes interesses particulares. Os brasileiros e, neste momento específico, os Ministros do STF, não podem permitir que se volte a um período obscuro em que existiam donos absolutos e algozes das consciências dos jornalistas e, por conseqüência, de todos os cidadãos!

Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas

Sindicatos de Jornalistas de todo o Brasil



Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

http://www.jornalistas.org.br/

3 comentários:

J.Estel Santiago disse...

aff, cada uma que inventam!!!

Maurício Batista Destri disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maurício Batista Destri disse...

Um regresso, é o que eu diria...

Esta discussão veio a tona, além de outras coisas, pelo comentário que o "grande" jornalista e narrador Luciano Do Valle teceu sobre seus companheiros de trabalho, alegando que para comentar um jogo ao seu lado, ele exigia diploma de jornalista, desmerecendo alguns dos principais funcionarios da Band, como o Neto (ex jogador), o Oscar Roberto Godoi (ex arbitro) e o Milton Neves (jornalista - COM diploma).

Primeiro que não se faz isso com nenhum tipo de profissional, agora, com um cidadão que trabalha no mesmo lugar que você? pelo amor de deus!

Tudo bem, um diploma faz diferença em algumas ocasiões, mas se o homem tem uma memória impressionante, ou se tem experiência de vida em campo e entende de futebol, que mal tem ele emitir sua opinião em rede nacional?